sexta-feira, 8 de maio de 2015

SISTEMA VESTIBULAR - Canais Semicirculares Fisiologia Humana

 OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo relatar as funções do sistema vestibular, assim como sua anatomia e funcionamento, para uma melhor compreenssão e entendimento desse sistema complexo.
SISTEMA VESTIBULAR
O senso de equilíbrio, que fornece a orientação em relação à gravidade, deve-se à função de uma estrutura chamada de sistema vestibular (também denominado de aparelho vestibular), (FOX, 2007), este sistema é localizado em cada lado da cabeça, adjacente ao ouvido interno (GUYTON, 2011).
O sistema vestibular detecta acelerações angulares e lineares da cabeça. Os sinais do sistema vestibular estimulam movimentos da cabeça e dos olhos para estabilizar a imagem visual na retina e permite que o corpo reajuste a postura para manter o equilíbrio (KOEPEEN; STANTON, 2009) e é composto por duas partes, que são: o utrículo e o sáculo, e os canais semicirculares (GUYTON, 2011).

ANATOMIA DO SISTEMA VESTIBULAR
O aparelho vestibular está fortemente relacionado com o ouvido, chegando mesmo a ser considerado como fazendo parte do ouvido interno, localizado em série de canais ósseos convolutos no rochedo do osso temporal (GUYTON, 2011). No interior desses canais ósseos fica o labirinto membranoso, que é onde estão localizadas as estruturas sensitivas do aparelho vestibular e da cóclea, esta estrutura tubular é cheia de um líquido, denominado de endolinfa, com composição similar ao líquido intracelular e está localizada numa cavidade óssea do crâneo. Nesta cavidade, entre o líquido membranáceo e o osso, há um líquido chamado perilinfa, que tem composição semelhante à do líquido cerebrospinal (FOX, 2007).
A parte anterior do labirinto membranoso é chamada de ducto coclear, ou, apenas de cóclea, no entanto a parte posterior do labirinto membranoso é o aparelho vestibular (GUYTON, 2011) (imagem 1-1).
O aparelho vestibular é dividido em duas partes distintas: o utrículo e sáculo e os canais semicirculares.
O utrículo e sáculo são duas câmaras ocas, cheias de líquido, onde ficam situadas estruturas sensoriais especiais, as máculas. As máculas tem por objetivo detectar a posição da cabeça, em relação à direção em que atua a gravidade (GUYTON, 2011).
Já os canais semicirculares são três canais circulares distintos, cheio de líquido, dispostos nos três planos do espaço. Em uma das extremidades de cada um desses canais, existe uma dilatação bulbosa, a âmpula, em cujo interior existe uma estrutura sensórias, a crista ampular, que detecta o movimento de líquido no interior do canal semicircular, permitindo a identificação do movimento de rotação da cabeça no plano do canal estimulado (GUYTON, 2011).
As máculas do utrículo e do sáculo e as cristas ampulares de todos os canais semicirculares distintos conduzem seus sinais para o sistema nervoso central através do nervo vestibulococlear (GUYTON, 2011).
FISIOLOGIA DO SISTEMA VESTIBULAR
UTRÍCULO E SÁCULO
O utrículo e o sáculo possui funções sobre a aceleração linear (mudanças de velocidade ao viajar horizontal ou verticalmente). A mácula é composta por células ciliadas e células de suporte. As células ciliadas se projetam para o labirinto membranáceo cheio de endolinfa, com seus cílios encravados numa membrana otolítica gelatinosa. Esta membrana possui cristais microscópicos de carbonato de cálcio (chamado de otólitos ou otocônias), na qual originou se nome (oto=ouvido; lito= pedra). Essas pedras aumentam a massa da membrana o que acarreta maior resistência à alteração do movimento (FOX, 2007) devido aos inúmeros grânulos calcificados serem muito mais pesados que o líquido ou os tecidos circulantes (GUYTON, 2011).
Por causa da orientação de suas projeções poliformes para o interior da membrana otolítica, o utrículo é mais sensível à aceleração horizontal e o sáculo é mais sensível à aceleração vertical (FOX, 2007). Quando a cabeça é curvada para um lado, o peso das otocônias puxa os cílios para esse lado, o que estimula os nervos. Essas células ciliadas ocupam posições e orientações diversas. Em sequencia, um grupo dessas células será estimulada quando a cabeça é curvada para a direita, outro grupo quando curvada para a esquerda e assim por diante. Dessa maneira, as máculas dos utrículos e dos sáculos fornecem aos mecanismos do equilíbrio, no sistema nervoso central, a informação necessária para a manutenção desse equilíbrio (GUYTON, 2011).
Segundo Guyton (2011), mácula também ajuda a pessoa a manter seu equilíbrio quando, rapidamente, começa a se mover para frente, ou para um dos lados, ou em qualquer outra direção linear. Assim, quando se inicia um movimento para frente, a inércia das otocônias faz com que se movam com atraso, em relação ao movimento do resto do corpo e, em sequência, os cílios são curvados para trás, causando perda de equilíbrio por queda para trás. No entanto, a pessoa, de maneira automática, inclina-se para frente para corrigir esse desequilíbrio.
No entanto, quando se quer desacelerar, deve-se inclinar para trás. De novo, são as otocônias das máculas que, automaticamente, iniciam essa inclinação para trás, uma vez que quando uma pessoa freia seu movimento de progressão, o momento de suas otocônias as conserva com deslocamento para diante enquanto o resto do corpo está parado.  Isso curva os cílios da mácula para frente, fazendo com que a pessoa se sinta como se estivesse caindo para diante, de ponta-cabeça. Como resultado, o mecanismo do equilíbrio faz com que, de moro automático, o corpo se incline para trás (GUYTON, 2011). 
 FUNÇÓES DOS CANAIS SEMICIRCULARES
Os canais semicirculares, que são três e diferentes ficam localizados, praticamente nos três planos do espaço, um no horizontal e os outros dois nos planos verticais. Quando alguém move a cabeça rapidamente em qualquer direção o liquido que pode ser encontrado em qualquer um desses canais semicirculares move-se atrasado em relação ao movimento da cabeça, pela inercia do liquido. Na medida que o liquido se move no interior do canal semicircular o mesmo flui contra a crista ampular localizada nas extremidades de cada canal. Essa conformação contem tufos de cílios que se projetam de células ciliadas e se curvam em direção contraria, fazendo com que o individuo tenha a impressão de que su cabeça esta começando a virar.
Essas informações que os canais semicirculares transmitem ao sistema nervoso sobre modificações no sentido de direção do movimento, elas acontecem de forma inopina. Devido a essas informações estarem sendo disponibilizada a formação reticular bulbar, pode corrigir qualquer desiquilíbrio que possa ocorrer quando esta se dobrando uma esquina, ate mesmo antes de o desiquilíbrio acontecer. Esse controle é de extrema importância, pois, nos permite praticar qualquer esporte ou atividade física (GUYTON, 2011).
          VIAS NEURAIS
Neurônios do centro oculomotor controlam os movimentos oculares e neurônios da medula espinhal estimulam os movimentos da cabeça, do pescoço e dos membros. Os movimentos oculares e corporais produzidos por essas vias servem para manter o equilíbrio e para “ rastrear” o campo visual durante a rotação (FOX, 2007).

 CURIOSIDADES
NISTAGMO E VERTIGEM
Quando uma pessoa começa a rodopiar, a inércia da endolinfa no interior dos ductos semicirculares faz com que a cúpula encurve na direção oposta. Contudo, à medida que a rotação continua, a inercia da endolinfa é superada e a cúpula endireita (FOX, 2007).
Segundo ele, a endolinfa e a cúpula ambas se movem no mesmo sentido e com a mesma intensidade, mas quando esse  movimento é subitamente interrompido a maior inercia da endolinfa faz com que esta continue girando na direção da rotação de maneira que a cúpula seja encurvada para o mesmo sentido.
Ainda na mesma linha de pensamento de FOX, durante esses movimentos de rotação, acaba produzindo movimentos oculares lentos em direção contraria aos da cabeça, de uma maneira que um ponto visual possa se manter estável. Mas quando essa rotação é subitamente interrompida os olhos continuam a se mover lentamente em direção contraria a cabeça devido ao encurvamento subsequente da cúpula, na sequencia movem-se ligeiramente retornando a linha mediana. Dessa forma, esses movimentos aleatórios e involuntários dos olhos são chamados de Nistagmo vestibular.
Pessoas nessas situações podem sentir que elas e tudo ao seu redor estão rodando, na maioria das vezes traz por consequência a perda do equilíbrio, denominando essa condição em vertigem.
A vertigem em decorrência da rotação é uma resposta natural do aparelho vestibular (FOX, 2007).
            De acordo com FOX, a quadros patológicos em que a vertigem pode ser causada por qualquer motivo de maneira que traga alterações no disparo de um dos nexos vestibulococleares.
Clínica: (A caráter de Exemplificação)
O nistagmo vestibular é um dos sintomas da doença da orelha interna denominada doença de Menière. Normalmente, o sintoma inicial dessa doença é o tinido. Como a endolinfa da cóclea e a endolinfa do aparelho vestibular formam uma continuidade através de um minúsculo canal, o ducto de Hansen, os sintomas vestibulares da vertigem e o nistagmo frequentemente acompanham problemas auditivos nessa doença.

BIBLIOGRAFIA
KOEPPEN, Bruce m; STANTON, Bruce A. Fisiologia. Elsevier, 2009. 6ª ed.
SILVERTTHORN, Dee Unglaube. Fisiologia Humana: Uma abordagem integrada. Artmed, 2010. 5ª ed.

FOX, Stuart Ira. Fisiologia Humana. Manole, 2007. 7ª ed.


             

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