OBJETIVO
Este
trabalho tem por objetivo relatar as funções do sistema vestibular, assim como
sua anatomia e funcionamento, para uma melhor compreenssão e entendimento desse
sistema complexo.
SISTEMA VESTIBULAR
O
senso de equilíbrio, que fornece a orientação em relação à gravidade, deve-se à
função de uma estrutura chamada de sistema vestibular (também denominado de
aparelho vestibular), (FOX, 2007), este sistema é localizado em cada lado da
cabeça, adjacente ao ouvido interno (GUYTON, 2011).
O
sistema vestibular detecta acelerações angulares e lineares da cabeça. Os
sinais do sistema vestibular estimulam movimentos da cabeça e dos olhos para
estabilizar a imagem visual na retina e permite que o corpo reajuste a postura
para manter o equilíbrio (KOEPEEN; STANTON, 2009) e é composto por duas partes,
que são: o utrículo e o sáculo, e os canais semicirculares (GUYTON, 2011).
ANATOMIA DO SISTEMA VESTIBULAR
O
aparelho vestibular está fortemente relacionado com o ouvido, chegando mesmo a
ser considerado como fazendo parte do ouvido interno, localizado em série de
canais ósseos convolutos no rochedo do osso temporal (GUYTON, 2011). No
interior desses canais ósseos fica o labirinto membranoso, que é onde estão
localizadas as estruturas sensitivas do aparelho vestibular e da cóclea, esta
estrutura tubular é cheia de um líquido, denominado de endolinfa, com
composição similar ao líquido intracelular e está localizada numa cavidade
óssea do crâneo. Nesta cavidade, entre o líquido membranáceo e o osso, há um
líquido chamado perilinfa, que tem composição semelhante à do líquido
cerebrospinal (FOX, 2007).
A
parte anterior do labirinto membranoso é chamada de ducto coclear, ou, apenas
de cóclea, no entanto a parte posterior do labirinto membranoso é o aparelho
vestibular (GUYTON, 2011) (imagem 1-1).
O
aparelho vestibular é dividido em duas partes distintas: o utrículo e sáculo e
os canais semicirculares.
O
utrículo e sáculo são duas câmaras ocas, cheias de líquido, onde ficam situadas
estruturas sensoriais especiais, as máculas. As máculas tem por objetivo
detectar a posição da cabeça, em relação à direção em que atua a gravidade (GUYTON,
2011).
Já
os canais semicirculares são três canais circulares distintos, cheio de
líquido, dispostos nos três planos do espaço. Em uma das extremidades de cada
um desses canais, existe uma dilatação bulbosa, a âmpula, em cujo interior
existe uma estrutura sensórias, a crista ampular, que detecta o movimento de
líquido no interior do canal semicircular, permitindo a identificação do
movimento de rotação da cabeça no plano do canal estimulado (GUYTON, 2011).
As
máculas do utrículo e do sáculo e as cristas ampulares de todos os canais
semicirculares distintos conduzem seus sinais para o sistema nervoso central
através do nervo vestibulococlear (GUYTON, 2011).
FISIOLOGIA DO SISTEMA
VESTIBULAR
UTRÍCULO E SÁCULO
O
utrículo e o sáculo possui funções sobre a aceleração linear (mudanças de
velocidade ao viajar horizontal ou verticalmente). A mácula é composta por
células ciliadas e células de suporte. As células ciliadas se projetam para o
labirinto membranáceo cheio de endolinfa, com seus cílios encravados numa
membrana otolítica gelatinosa. Esta membrana possui cristais microscópicos de
carbonato de cálcio (chamado de otólitos ou otocônias), na qual originou se
nome (oto=ouvido; lito= pedra). Essas pedras aumentam a massa da membrana o que
acarreta maior resistência à alteração do movimento (FOX, 2007) devido aos
inúmeros grânulos calcificados serem muito mais pesados que o líquido ou os
tecidos circulantes (GUYTON, 2011).
Por
causa da orientação de suas projeções poliformes para o interior da membrana
otolítica, o utrículo é mais sensível à aceleração horizontal e o sáculo é mais
sensível à aceleração vertical (FOX, 2007). Quando a cabeça é curvada para um
lado, o peso das otocônias puxa os cílios para esse lado, o que estimula os
nervos. Essas células ciliadas ocupam posições e orientações diversas. Em
sequencia, um grupo dessas células será estimulada quando a cabeça é curvada
para a direita, outro grupo quando curvada para a esquerda e assim por diante.
Dessa maneira, as máculas dos utrículos e dos sáculos fornecem aos mecanismos
do equilíbrio, no sistema nervoso central, a informação necessária para a
manutenção desse equilíbrio (GUYTON, 2011).
Segundo
Guyton (2011), mácula também ajuda a pessoa a manter seu equilíbrio quando,
rapidamente, começa a se mover para frente, ou para um dos lados, ou em
qualquer outra direção linear. Assim, quando se inicia um movimento para
frente, a inércia das otocônias faz com que se movam com atraso, em relação ao
movimento do resto do corpo e, em sequência, os cílios são curvados para trás,
causando perda de equilíbrio por queda para trás. No entanto, a pessoa, de
maneira automática, inclina-se para frente para corrigir esse desequilíbrio.
No
entanto, quando se quer desacelerar, deve-se inclinar para trás. De novo, são as
otocônias das máculas que, automaticamente, iniciam essa inclinação para trás,
uma vez que quando uma pessoa freia seu movimento de progressão, o momento de suas
otocônias as conserva com deslocamento para diante enquanto o resto do corpo
está parado. Isso curva os cílios da
mácula para frente, fazendo com que a pessoa se sinta como se estivesse caindo
para diante, de ponta-cabeça. Como resultado, o mecanismo do equilíbrio faz com
que, de moro automático, o corpo se incline para trás (GUYTON, 2011).
FUNÇÓES DOS CANAIS
SEMICIRCULARES
Os
canais semicirculares, que são três e diferentes ficam localizados, praticamente
nos três planos do espaço, um no horizontal e os outros dois nos planos
verticais. Quando alguém move a cabeça rapidamente em qualquer direção o
liquido que pode ser encontrado em qualquer um desses canais semicirculares
move-se atrasado em relação ao movimento da cabeça, pela inercia do liquido. Na
medida que o liquido se move no interior do canal semicircular o mesmo flui
contra a crista ampular localizada nas extremidades de cada canal. Essa
conformação contem tufos de cílios que se projetam de células ciliadas e se
curvam em direção contraria, fazendo com que o individuo tenha a impressão de
que su cabeça esta começando a virar.
Essas
informações que os canais semicirculares transmitem ao sistema nervoso sobre
modificações no sentido de direção do movimento, elas acontecem de forma
inopina. Devido a essas informações estarem sendo disponibilizada a formação
reticular bulbar, pode corrigir qualquer desiquilíbrio que possa ocorrer quando
esta se dobrando uma esquina, ate mesmo antes de o desiquilíbrio acontecer. Esse
controle é de extrema importância, pois, nos permite praticar qualquer esporte
ou atividade física (GUYTON, 2011).
VIAS NEURAIS
Neurônios
do centro oculomotor controlam os movimentos oculares e neurônios da medula
espinhal estimulam os movimentos da cabeça, do pescoço e dos membros. Os
movimentos oculares e corporais produzidos por essas vias servem para manter o
equilíbrio e para “ rastrear” o campo visual durante a rotação (FOX, 2007).
CURIOSIDADES
NISTAGMO
E VERTIGEM
Quando
uma pessoa começa a rodopiar, a inércia da endolinfa no interior dos ductos
semicirculares faz com que a cúpula encurve na direção oposta. Contudo, à
medida que a rotação continua, a inercia da endolinfa é superada e a cúpula
endireita (FOX, 2007).
Segundo
ele, a endolinfa e a cúpula ambas se movem no mesmo sentido e com a mesma
intensidade, mas quando esse movimento é
subitamente interrompido a maior inercia da endolinfa faz com que esta continue
girando na direção da rotação de maneira que a cúpula seja encurvada para o
mesmo sentido.
Ainda
na mesma linha de pensamento de FOX, durante esses movimentos de rotação, acaba
produzindo movimentos oculares lentos em direção contraria aos da cabeça, de
uma maneira que um ponto visual possa se manter estável. Mas quando essa
rotação é subitamente interrompida os olhos continuam a se mover lentamente em
direção contraria a cabeça devido ao encurvamento subsequente da cúpula, na
sequencia movem-se ligeiramente retornando a linha mediana. Dessa forma, esses
movimentos aleatórios e involuntários dos olhos são chamados de Nistagmo
vestibular.
Pessoas
nessas situações podem sentir que elas e tudo ao seu redor estão rodando, na
maioria das vezes traz por consequência a perda do equilíbrio, denominando essa
condição em vertigem.
A
vertigem em decorrência da rotação é uma resposta natural do aparelho
vestibular (FOX, 2007).
De
acordo com FOX, a quadros patológicos em que a vertigem pode ser causada por
qualquer motivo de maneira que traga alterações no disparo de um dos nexos
vestibulococleares.
Clínica:
(A caráter de Exemplificação)
O
nistagmo vestibular é um dos sintomas da doença da orelha interna denominada
doença de Menière. Normalmente, o sintoma inicial dessa doença é o tinido. Como
a endolinfa da cóclea e a endolinfa do aparelho vestibular formam uma
continuidade através de um minúsculo canal, o ducto de Hansen, os sintomas
vestibulares da vertigem e o nistagmo frequentemente acompanham problemas
auditivos nessa doença.
BIBLIOGRAFIA
KOEPPEN, Bruce m; STANTON, Bruce
A. Fisiologia. Elsevier,
2009. 6ª ed.
SILVERTTHORN,
Dee Unglaube. Fisiologia Humana: Uma abordagem
integrada. Artmed, 2010. 5ª ed.
FOX,
Stuart Ira. Fisiologia Humana.
Manole, 2007. 7ª ed.